Muitas vezes, coçamos os olhos de forma tão automática que nem paramos para entender a causa do problema, não é mesmo? O motivo da coceira pode ser simples, como a presença de um corpo estranho — cisco ou poeira — ou a exposição a fatores que causam irritação e alergia, como fumaça, pólen e pelos de animais. A situação ainda pode se agravar ao levarmos as mãos sujas aos olhos ou exagerarmos na pressão exercida na fricção.
Os olhos são órgãos muito sensíveis, que se manifestam com vermelhidão, coceira e inchaço na presença de um fator irritante. Após nos livrarmos da origem da reação, porém, eles rapidamente voltam ao normal. O problema é quando a causa é mais séria e leva a uma coceira mais persistente, com a presença também de outros sintomas.
Nesses casos, geralmente, torna-se necessário buscar a ajuda de um oftalmologista. Se você está incomodado com alguma coceira nos olhos e se pergunta o que ela pode ser, não deixe de ler até o fim!
1. Alergia por fatores externos
A poluição do ambiente — principalmente nas grandes cidades, que acumulam a fumaça dos veículos, das fábricas e dos cigarros —, o pelo de animais, o pó e o mofo de locais fechados ou sujos e até o pólen das plantas podem causar alergias. Muitas vezes, as pessoas nem notam que a coceira surgiu por conta desses fatores.
O nosso corpo responde às alergias gerando uma inflamação nos olhos, responsável pela vermelhidão, coceira e até inchaço. Com a persistência do problema, o quadro pode evoluir para uma conjuntivite alérgica.
As formas de evitar isso variam conforme o caso: se o problema é poeira ou mofo, é importante realizar a limpeza e a higienização periódica do ambiente. Também, se você precisa transitar com frequência em vias com acúmulo de fumaça de veículos, ou se a estação do ano favorece a dispersão de pólen no ar, vale manter um frasco de colírio lubrificante receitado por um médico sempre à disposição para uso.
2. Esforço ocular e estresse visual
Em tempos que utilizamos a tecnologia para realizar todas as tarefas do dia a dia, é difícil não ficarmos expostos às telas de smartphones e computadores por muitas horas. Essa exposição excessiva causa estresse na visão, devido às luzes artificiais azuis e brancas desses dispositivos. Além disso, a concentração exigida pelas tarefas, ou o fato de estarmos entretidos, causam uma diminuição involuntária na quantidade de vezes que piscamos.
Isso deixa nossos olhos mais secos e, consequentemente, mais irritados. Para evitar esse problema, recomenda-se fazer uma pausa de alguns minutos a cada 1 hora de exposição à tela. Olhar por alguns segundos para objetos que estão a alguns metros de distância também é uma forma de descansar os olhos.
3. Utilização de lentes de contato
As lentes de contato são grandes facilitadoras para aquelas pessoas que não se acostumaram aos óculos de grau. Porém, elas merecem atenção especial durante sua utilização. É importante obedecer ao limite de horas nas quais elas podem ser utilizadas — de acordo com a recomendação do fabricante ou do médico que as receitou —, fazer a limpeza diária e correta, fazer a troca de tempos em tempos e sempre retirá-las antes de dormir.
O descuido em relação às lentes de contato pode dar margem para o acúmulo de impurezas e até mesmo para a contaminação por bactérias. Já pensou no estrago que isso tudo pode causar à sua vista?
4. Conjuntivite viral ou bacteriana
A conjuntivite é uma das doenças oculares mais conhecidas. Ela ocorre quando há uma inflamação na membrana que reveste o globo ocular, causada pelo contato com vírus ou bactérias presentes nas secreções de outras pessoas infectadas. Muitas vezes, a inflamação pode acontecer em somente um dos olhos e depois passar para o outro.
Os sintomas comuns são vermelhidão, inchaço nas pálpebras, coceira, sensação de areia ao piscar, excesso de secreção — a ponto de ser difícil abrir os olhos ao acordar —, visão embaçada e até sensibilidade à luz (fotofobia).
Por ser uma doença altamente contagiosa, a pessoa que a contraiu deve lavar as mãos com frequência, evitar ao máximo tocar nos olhos, higienizar seus objetos de uso pessoal e evitar aglomerações. O tratamento envolve lavagem com água filtrada ou soro fisiológico e aplicação de compressas geladas.
É importante não utilizar colírios sem a devida prescrição médica, uma vez que alguns deles são contraindicados e podem agravar o quadro. Em geral, a conjuntivite regride sozinha após uma ou duas semanas, mas ao persistirem os sintomas, o oftalmologista deve ser consultado.
5. Síndrome do olho seco
A síndrome do olho seco caracteriza-se por uma diminuição anormal da produção da lubrificação natural dos olhos pelas glândulas lacrimais. Com isso, como o próprio nome já diz, nossos olhos ficam secos e irritados, causando coceira e vermelhidão.
Em geral, as suas causas do olho seco são o envelhecimento natural do corpo, a exposição a ambientes muito secos — seja pelo clima ou pelo ar condicionado — e os efeitos colaterais de remédios, como antialérgicos, antibióticos e anticoncepcionais.
A síndrome também pode ocorrer nos meses posteriores a uma cirurgia a laser nos olhos. O tratamento se dá com o uso de colírios chamados “lágrimas artificiais” e com a aplicação de compressas de água morna.
6. Inflamação nas pálpebras — terçol e blefarite
Entre os principais tipos de inflamação nas pálpebras estão o terçol e a blefarite. O terçol é uma pequena protuberância na pálpebra em decorrência de um processo inflamatório que causa acúmulo de secreção nas glândulas sebáceas, responsáveis pela produção de gordura no local. Não há uma causa certa, mas entre os fatores que facilitam a ocorrência do problema estão as variações hormonais, o estresse, uma baixa imunológica e a infecção por bactérias.
O terçol pode ser considerado um caso pontual, mas se ocorre com frequência, pode fazer parte de um quadro de blefarite. Esta se trata de uma doença crônica, caracterizada pelo excesso de oleosidade nas pálpebras que gera inchaço, coceira, escamação dos cílios e até mesmo o aparecimento de pus.
O tratamento do terçol e da blefarite se dá por meio do alívio dos sintomas, com a higienização das pálpebras e a aplicação de compressas quentes. Dependendo do caso, pode ser necessária a administração de um colírio com antibiótico receitado por um médico.
Como vimos, uma simples coceira nos olhos pode ser a causa ou a consequência de quadros muito mais complicados. Seja qual for o seu estilo de vida, evite sempre levar as mãos sujas aos olhos — principalmente as unhas —, passar muito tempo em frente ao computador sem dar as devidas pausas e entrar em contato com produtos que causam alergia.
Se a coceira nos olhos persistir ou você notar que se agrava, procure um oftalmologista imediatamente, pois só ele poderá diagnosticar possíveis complicações e indicar o melhor tratamento. Não use medicações caseiras e nem remédios que já tenha em casa. Lembre-se de que cada caso é diferente do outro.
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