Todos nós, em algum momento, já ficamos com a visão embaçada. Na verdade, é completamente normal que em algumas situações isso aconteça, principalmente quando há exposição excessiva à tela de computador ou quando fixamos o olhar por muito tempo.
O problema é quando o embaçamento da visão ocorre de maneira gradual e persistente, ou de maneira repentina. Nesses casos, é necessário observar se há outros sintomas associados — como dor de cabeça, náuseas e sensibilidade à luz, por exemplo — e em quais momentos a situação ocorre.
A visão embaçada pode estar associada a diversos problemas e os mais comuns são os erros de refração (miopia, hipermetropia e astigmatismo). A sensação de “turvamento” ou “enevoamento” também pode ocorrer como um sintoma secundário de outros problemas, como a enxaqueca e a diabetes.
Algumas vezes está diretamente ligada ao envelhecimento ou, de forma mais rara, a problemas genéticos ou sem razão aparente. Vamos detalhar sobre essas situações ao longo do texto. Continue a leitura para saber mais!
O que é visão embaçada e como se manifesta?
A vista “embaçada”, “desfocada” ou “turva” caracteriza-se pela dificuldade de enxergar as coisas com nitidez. Uma pessoa com esse sintoma sente como se tivesse uma névoa à sua frente e não consegue distinguir detalhes. Isso pode acontecer em somente um dos olhos ou nos dois ao mesmo tempo.
Como já foi dito, nem sempre ver as coisas “embaralhadas” significa uma doença. Contudo, na dúvida, busque sempre a opinião de um oftalmologista. Só ele é capaz de fazer o diagnóstico correto e propor o tratamento mais adequado.
Quais doenças estão relacionadas a esse sintoma?
A vista embaçada pode ser indicativo de outras doenças oculares, como mostramos a seguir.
Miopia, hipermetropia e astigmatismo
De longe, as causas mais comuns de vista embaçada. Essas condições podem ser corrigidas com o uso de óculos, lentes de contato ou cirurgia a laser. Quando não reparadas adequadamente, podem vir acompanhadas de dores de cabeça, cansaço ocular, dificuldades de concentração e até tonturas.
A miopia costuma aparecer na infância e na puberdade, e caracteriza-se pela dificuldade em enxergar objetos distantes com nitidez. Geralmente, a criança ou o adolescente percebe que está com o problema quando começa a enxergar as letras e números embaçados na lousa da escola, sendo necessário “apertar os olhos” para ter mais clareza.
A hipermetropia é o “inverso” da miopia: é a dificuldade para ver nitidamente objetos a poucos centímetros de distância, sendo necessário afastá-los para enxergá-los melhor. Apesar da similaridade com a presbiopia, não se deve confundir as duas coisas. Enquanto a hipermetropia é muito comum em crianças, a presbiopia é decorrente do envelhecimento natural do corpo, sendo um problema característico dos adultos com mais de 40 anos.
O astigmatismo é a visão desfocada tanto de longe quanto de perto e é proveniente de uma falha na curvatura da córnea ou do cristalino, conhecidos como as “lentes” do olho. Pode ocorrer em qualquer momento da vida e, assim como a miopia e a hipermetropia, está relacionado a fatores genéticos.
Catarata
A catarata ocorre quando há perda na transparência do cristalino, também conhecido como a “lente natural do olho”. O tipo mais comum da enfermidade está relacionado ao envelhecimento, sendo mais recorrente a partir dos 50 anos. O turvamento da visão consequente da catarata ocorre de maneira gradual, podendo, com o tempo, levar à cegueira completa.
Felizmente, o quadro pode ser revertido por meio da realização de um procedimento cirúrgico rápido e seguro, que consiste na substituição do cristalino opaco por uma lente artificial. É possível aproveitar a lente para corrigir graus de miopia, hipermetropia, presbiopia ou astigmatismo.
Glaucoma
O glaucoma trata-se do dano ao nervo ótico, elemento responsável por levar as informações captadas pelos olhos ao cérebro. A consequência disso é a perda gradual da visão. No início, o quadro é assintomático e seus efeitos só começam a ser sentidos em estágios mais avançados da doença, quando ocorre o embaçamento da vista.
As causas do glaucoma estão ligadas à hereditariedade, à inflamações e a traumas oculares. A idade avançada também é um fator de risco. É importante ir ao oftalmologista regularmente como prevenção a essa e outras doenças, porque isso possibilita situações, como aumento da pressão intraocular, sejam identificadas precocemente e que o tratamento seja iniciado antes de ocorrerem prejuízos irreversíveis.
Descolamento de retina
A retina é uma película que reveste o fundo do globo ocular. Ela é rica em células nervosas, sendo responsável por captar as imagens e enviar ao cérebro. Seu descolamento acontece quando ela se separa da parede do fundo do olho e pode ocorrer espontaneamente em certos grupos de risco, como diabéticos, pessoas com miopia muito alta e idosos em geral.
Fatores externos, como lesões no olho ou processos inflamatórios, também podem desencadear o quadro. Os principais sintomas do descolamento, além da visão turva, são a perda da visão e manchas escuras. Em caso de suspeita, o oftalmologista precisa ser consultado com urgência para realizar o diagnóstico e proceder com a cirurgia corretiva.
Diabetes
Pacientes diabéticos tipo 1 e 2 podem apresentar uma complicação chamada retinopatia, que ocorre devido a lesão da retina por danos aos seus vasos sanguíneos. Os sintomas são vista nublada, dificuldade de enxergar à noite, perda da visão periférica ou central e visualização de pontos. É possível evitar a ocorrência do distúrbio por meio do tratamento adequado da diabetes, com controle da glicemia, conforme orientação médica.
Hipertensão ou pressão baixa
O embaçamento da vista pode ocorrer tanto em momentos de pico, como de baixa excessiva da pressão arterial. A pressão alta, em geral, é assintomática e o aparecimento de sintomas pode estar ligado a uma crise aguda e até mesmo a um início de AVC.
A visão turva costuma vir acompanhada de dores de cabeça, zumbido no ouvido, falta de ar e dores no peito. Em pessoas com tendência à pressão baixa, os sintomas associados são, sobretudo, tontura e fraqueza, podendo resultar em desmaios.
Como você pôde ver, a visão embaçada pode ser indicativo de diversas doenças, das mais comuns às mais graves. É importante prestar atenção aos sintomas que acompanham o problema para poder relatar ao oftalmologista e receber o tratamento adequado. A melhor forma de prevenção é ir a consultas regularmente para realizar procedimentos como o mapeamento de retina e a medição da pressão intraocular.
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