Pode ser motivo de bullying na infância e de estigmatização na vida adulta, o estrabismo não tem nada de engraçado. A alteração visual, que acomete em torno de 3% da população mundial, pode causar sérios impactos psicológicos, sociais e até mesmo a perda da visão.
O que muitos não sabem é que a condição tem cura e, ainda que o tratamento precoce seja sempre a melhor opção, é possível tratá-la mesmo depois de muitos anos convivendo com ela.
Neste post, você vai entender o que é e quais são os tipos de estrabismo, as principais causas e os tratamentos. Acompanhe!
O que é estrabismo?
O estrabismo é um distúrbio visual que envolve uma alteração na habilidade neuromuscular de movimentar os olhos corretamente, gerando o desalinhamento do paralelismo dos olhos — ou seja, eles se movimentam em direções diferentes.
Quais tipos de estrabismo existem?
Existem diferentes tipos de estrabismo porque essa condição pode ser classificada de acordo com diversas características e fatores. Veja, a seguir.
Convergente
Esse tipo de estrabismo também é chamado de esotropia. Recebe essa classificação quando o desvio do olho acontece para a parte interna da face, em direção ao nariz. Pode ser unilateral, afetando um dos olhos, ou pode acometer os dois.
Divergente
O movimento no estrabismo divergente, ou exotropia, ocorre de forma contrária à anterior. O olho se movimenta para fora, em direção à orelha. Nos adultos, os sintomas podem ser intermitentes em função do excesso de cansaço, doenças ou ingestão de bebida alcoólica.
Hipertropia
A hipertropia, ou estrabismo vertical, é diferente dos outros dois tipos de estrabismo, pois o movimento não é horizontal, mas vertical. O olho se move para cima, em direção à testa, e a pessoa enxerga os objetos sobrepostos.
Hipotropia
Nesse tipo, o movimento também acontece na vertical, contudo o desvio se dá para baixo, ou seja, em direção à bochecha. Assim como na hipertropia, o paciente enxerga os objetos sobrepostos.
Além da classificação conforme o desvio do olho, o estrabismo pode ser nomeado de acordo com outras características, como em relação à frequência. Nesse caso, o estrabismo pode ser constante, com o desvio ocorrendo o tempo todo, ou pode ser intermitente, quando, em alguns momentos, os olhos estão alinhados e, em outros, acontece o desvio.
O estrabismo pode ser alternado. Nesse caso, os dois olhos são acometidos pelo problema, mas, às vezes, o olho que gira é o direito e, em outras vezes, é o esquerdo que manifesta o problema.
Podemos destacar também os três tipos mais frequentes em crianças:
- esotropia precoce: estrabismo convergente que aparece antes dos 6 meses;
- esotropia acomodativa: estrabismo convergente associado a graus moderados ou elevados de hipermetropia, que geralmente aparece por volta dos dois anos;
- exotropia intermitente: estrabismo divergente em que os olhos da criança se desviam na direção do canto externo, geralmente quando está cansada ou distraída, e depois se alinham novamente. Com o passar dos anos, os episódios podem se tornar cada vez mais frequentes.
Quais são as causas do estrabismo?
Os fatores que podem causar o distúrbio visual incluem:
- genética;
- erros de refração (hipermetropia não tratada);
- síndromes neurológicas (sistema nervoso);
- paralisia cerebral;
- Síndrome de Down;
- hidrocefalia;
- tumores cerebrais;
- doenças metabólicas (diabetes e distúrbios da tireoide);
- AVC (acidente vascular cerebral);
- traumatismo craniano.
Quais são as consequências se o quadro não for tratado?
Se o estrabismo se desenvolve na idade adulta, o resultado é uma condição chamada diplopia (percepção de duas imagens do mesmo objeto). No entanto, em uma criança pequena, cujo sistema visual não está totalmente desenvolvido, o cérebro tende a rejeitar a segunda imagem na tentativa de parar o incômodo que a diplopia causa.
A interrupção leva à redução irreversível da visão no olho que não é usado, embora continue saudável. Essa condição é chamada de ambliopia ou “olho preguiçoso”, que pode evoluir para a perda definitiva da visão.
Mas os efeitos do estrabismo não são apenas para a acuidade visual. Pessoas estrábicas são estigmatizadas e sofrem bastante com o bullying e a discriminação. Essas vivências geram um sério impacto psicológico e social e é comum ocorrerem quadros de depressão e baixa autoestima associados ao distúrbio visual.
Como é feito o tratamento de estrabismo?
Quando o distúrbio é diagnosticado e tratado precocemente, as chances de normalização da visão são bastante significativas. A forma de tratamento dependerá da causa e do tipo de estrabismo e inclui:
- tampão e óculos na infância;
- aplicação de toxina botulínica;
- intervenção cirúrgica;
- óculos com prisma.
Neste post você descobriu que embora o estrabismo gere impactos desagradáveis para as pessoas acometidas, existem diversos tratamentos disponíveis conforme o tipo e a causa da alteração visual.
Ainda, é importante lembrar que quando se trata de saúde, o diagnóstico e o tratamento precoce serão sempre fatores de peso nas chances de cura. Por isso, não deixe de consultar-se regularmente com um oftalmologista e fazer um check-up dos olhos.
Agora que você já sabe a importância da prevenção, saiba mais também sobre o glaucoma, a doença ocular que mais causa cegueira no mundo!